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Alma: o passado e o futuro daquilo que nos faz humanos

O que nos faz humanos? Não é por acaso que essa pergunta motivou inúmeros estudos e intensas reflexões ao longo dos séculos: a resposta a ela não é exata. Por isso, a humanidade buscou explicações para esse questionamento nas religiões, na ciência e na convivência com outros seres vivos. A revista LifeScience, por exemplo, listou dez características especialmente humanas. 

Já no mais recente lançamento de Rodrigo Alvarez, Alma: o passado e o futuro daquilo que nos faz humanos, o leitor se encontra “diante de mais uma tentativa de explicar um dos maiores mistérios do universo, só comparável à própria existência do espaço que nos abriga, e seu infinito tão magicamente incompreensível”. O autor propõe um mergulho no desconhecido e uma reflexão honesta sobre isso que nos habita, a alma. 

“É para entender melhor aquilo que somos (e nem sabíamos) ou aquilo que pensamos que somos, e também para repensar um monte de coisas que pensamos e ouvimos ao longo da história humana”, avisa Alvarez. De fato, o livro-nave, como chama o autor, une princípios das religiões, teorias da ciência e marcos importantes da nossa história para enriquecer o pensamento sobre a nossa existência.  

Do “tempo em que nossas almas tinham asas e voavam com os deuses, sobre a expectativa por um encontro divino”, até quando “um dos nossos antepassados enterrou pela primeira vez uma pessoa morta, preocupado com sua vida após a morte”, a obra mostra como a relação com a espiritualidade também diz muito sobre o nosso passado e sobre o que nos faz humanos. 

Esse lançamento literário tem a coragem de levantar todos os debates relacionados ao assunto principal, mesmo aqueles mais polêmicos. Por exemplo, um que é “objeto de inúmeros experimentos científicos e discussões filosóficas”, a “alma como entidade independente e autônoma (sem qualquer compromisso com o corpo que a carrega)”. Afinal, um dos objetivos de Rodrigo Alvarez é provocar a dúvida, já que ela “é a origem do conhecimento”. 

A narrativa de Alma sugere uma nova visita ao passado como passo essencial para criar o futuro. Isso envolve temas como “a busca pela eternidade”, o modo “como as novas tecnologias podem alterar nossa existência”, a conexão da mente com as máquinas, os “planos para encarnar em androides”, além da transmissão de pensamento, fantasmas, transplantes de cérebro, múmias. corpos artificiais, espíritos e implantes”.

Ou seja, para entender “aquilo que se movimenta dentro de nós, e nos dá movimento”,  as dicotomias devem ser superadas, e a palavra-chave é integração, entre campos de conhecimento e experiências de vida. “Da filosofia à neurociência, da arqueologia à psicologia, da religião à biogenética”, “são todos bem-vindos neste livro-nave”. O desconforto faz parte e a presença e livre de distrações é essencial durante toda a jornada. 


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