Lucinda Riley Bela Beirão

Entrevista com a booktuber Bela Beirão sobre a obra de Lucinda Riley

Pode nos contar um pouco sobre sua relação com a literatura? Quando e por que você começou a ler? 
Minha relação com a literatura se inicia no momento em que eu comecei a ler, aos 5 anos de idade. Minha mãe conta que eu peguei um livrinho da estante do meu quarto (A bota do bode), o abri e comecei a ler, assim, de repente. Li por toda a minha vida, dos clássicos aos contemporâneos, dos nacionais aos internacionais. Muitos me marcaram ao longo da minha trajetória de leitora e, acredito, a escola em que eu estudava na infância em Belo Horizonte teve papel fundamental para que eu me tornasse uma leitora, amante de histórias. Hoje, com a maturidade que tenho leio ficção com um olhar mais empático. Consigo me colocar dentro das histórias e “calçar os sapatos” dos personagens. Eles são representantes da realidade de alguma forma. Além do meu prazer pela leitura, leio para me fazer sentir aquilo que eu não vivi.  
Como que você conheceu a obra da Lucinda Riley? O que te chamou a atenção nela?
A Lucinda Riley foi uma das maiores surpresas para mim. Em 2018, eu estava querendo alguma história nova, que me empolgasse e envolvesse. Não queria ler nenhum livro que estava na minha estante. Foi então que eu fui até uma livraria que eu costumava ir na minha cidade e passeei pelas estantes e corredores. Indecisa, resolvi pedir para uma das vendedoras uma indicação de um livro  (sempre adorei conversar com os vendedores das livrarias. Eles conhecem muito sobre livros). Disse a ela que o livro que ela me indicasse eu compraria. Foi então que ela apareceu com o livro As sete irmãs, o primeiro livro da série de mesmo nome (serei eternamente grata a ela!). Ela me explicou mais ou menos a história e a capa me chamou muita atenção. Não tive dúvidas, comprei, e o li em dois dias, em lágrimas. 
Os livros da Lucinda Riley são belissimamente bem escritos e envolventes. São livros que você não consegue parar de ler. Além disso ela mistura ficção e realidade (com detalhes históricos rigorosos) capazes de nos transportar a tempos e lugares remotos. São romances históricos incríveis. Outra característica maravilhosa das obras da autora é a mescla entre passado e presente sem fazer com que nos percamos dentro das histórias. Nos envolvemos no passado, amamos o presente e somos sempre surpreendidos com a relação e o entrelaçamento das histórias entre os tempos. Mergulhamos sempre nos mais diversos sentimentos humanos.
Como foi saber da notícia de sua morte? Como isso afetou a sua leitura?
Foi uma surpresa muito triste para mim. Eu não acreditei inicialmente. Não sabia que ela estava doente. Ninguém sabia. Ela passou por tudo isso sozinha, apenas com a família. E ela conseguiu entreter o público com suas histórias vivendo por quatro anos com o câncer. Sinceramente, eu perdi o chão. Foi uma sexta-feira de muita tristeza. Chorei por dias. Mas eu precisava me manter firme, afinal, boa parte da minha audiência é composta por fãs, assim como eu, de Lucinda Riley. Eles precisavam de mim e eu deles. Não foi fácil seguir lendo o livro que eu estava lendo no momento do falecimento dela (A irmã desaparecida). A cada descoberta na trama era uma mistura de sentimentos entre alegria – por saber o rumo que a história estava tomando – e tristeza – pela perda da Lucinda. Era difícil demais pensar que ela não estava mais entre nós e que havia escrito tudo aquilo no seu último ano de vida, enfrentando as consequências do câncer. Mas, como eu disse, eu precisava seguir em frente por ela e pela minha audiência. Não podia parar. Hoje, estamos fazendo uma leitura conjunta da Irmã desaparecida, com lives no meu canal, e está muito sendo muito bom reler o livro, agora junto a mais leitores. 

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