A literatura nos fornece insights que não estariam tão acessíveis por outra plataforma, sobre os modos como as emoções são produzidas, vivenciadas e desempenhadas na vida social. Ela é valiosa porque aprofunda nossa compreensão sobre as relações entre reação emocional e julgamento ético. Essas são as reivindicações centrais do estudo de Patrick Colm Hogan, que pesquisa uma série de obras literárias relevantes no contexto da atual pesquisa neurobiológica, psicológica, sociológica e outras pesquisas empíricas.

Em sua obra, ele explica o valor do estudo literário para uma ciência cognitiva da emoção e descreve a organização emocional da mente humana. Hogan explora as emoções do amor romântico, tristeza, alegria, culpa, vergonha, ciúme, apego, compaixão e pena – em diferentes casos, com base em uma obra de Shakespeare e também em obras de escritores de variados períodos históricos ou origens culturais diversas, como o poeta chinês do século XI Li Ch’ing-Chao e o dramaturgo nigeriano contemporâneo Wole Soyinka.

A literatura oferece um verdadeiro tesouro de sabedoria e percepções sobre a natureza e as manifestações das emoções humanas, mas os pesquisadores das emoções têm demorado a explorar esse domínio empolgante. Nesse sentido, algumas obras tem buscado preencher a lacuna entre a pesquisa científica e percepções literárias complementares sobre as emoções. É o caso de Patrick Colm Hogan.

A sua obra O que a literatura nos ensina sobre a emoção fornece um relato extraordinariamente lúcido e perspicaz da relevância das ciências cognitivas para o estudo literário, bem como o potencial dos estudos literários para contribuir para uma história genuinamente interdisciplinar da emoção. O livro também aborda a complexidade da reatividade emocional às perspectivas sombrias da vida.

Outros livros sobre o assunto, como Alimente bem suas emoções, de Gisela Savioli, mostram que uma nutrição inadequada, que contenha mais alimentos processados do que comida de verdade, pode alterar nossas emoções. Já autores como Ana Beatriz Barbosa Silva preferem falar de um jeito acessível sobre transtornos como o de personalidade borderline, que acomete cerca de 2% da população mundial. Mentes que amam demais conduz por um caminho de compreensão, diagnóstico e possibilidades terapêuticas.

Alguns autores fizeram seu nome com histórias inspiradas nos princípios do budismo e se dedicaram a defender que viver no agora é o melhor caminho para a felicidade e a iluminação. É o caso do bestseller O poder do agora, de Eckhart Tolle. Ao mesmo tempo, O lado bom do lado ruim, de Daniel Martins de Barros, reivindica a aceitação das emoções que são consideradas negativas, sobre o argumento de que estar feliz o tempo todo tampouco é benéfico para a saúde mental. 

Já a obra A arte de ser infeliz, de Nelio Tombini, alerta para as “armadilhas emocionais”, ou seja, confusões psíquicas que adoecem mentalmente as pessoas quando não são detectadas e trabalhadas. Seguindo uma linha parecida, A felicidade é inútil, de Clóvis de Barros Filho, abre mão do compromisso de trazer felicidade ao leitor, mas adota um estilo despretensioso para quem sabe pescar algumas risadas.