Até 2050, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos (16%), segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). O número deve ficar bem acima da taxa atual (9%) de uma em cada onze pessoas com 65 anos em 2019. O mesmo documento destaca o aumento da expectativa de vida e a queda na taxa de fertilidade como principais fatores para o envelhecimento da população mundial.
Já no Brasil, foi registrado um aumento de 29,5% na quantidade de pessoas com mais de 60 anos entre 2012 e 2019. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos (com mais de 65 anos) deve triplicar até 2060 e alcançar 25,5% da população total do país. Apesar de mais lento, o processo de envelhecimento populacional no Brasil também ocorre pelos mesmos motivos.
Por isso, a preocupação com as violências contra os idosos tem aumentado. Não por acaso, 15 de junho foi oficializado como Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 2011. O registro ocorreu após solicitação da Rede Internacional de Prevenção ao Abuso de Idosos (INPEA), que estabeleceu a comemoração em junho de 2006.
Os sete principais tipos de abuso de idosos são o abuso físico, o abuso sexual, o abuso emocional, a exploração financeira e/ou material, a negligência, o abandono e a autonegligência. Um desafio para entender a amplitude e grau do problema no Brasil é a grande variabilidade metodológica de estudos, que revela índices muito díspares dependendo do tipo de população estudada e dos locais de pesquisa.
No entanto, o país conta com a cultura de massa para chamar atenção para o problema e influenciar decisivamente na elaboração de uma regulamentação oficial sobre o assunto. O ator Marcos Caruso lembrou, em entrevista, que o Estatuto do Idoso brasileiro foi uma conquista da dramaturgia e da arte. Ele interpretou o personagem Carlão, que sofria diversas violências por parte de sua filha, Dóris, na telenovela Mulheres Apaixonadas.
Apesar do país ter dado passos importantes no enfrentamento da violência contra os idosos, o problema tem aumentado. Segundo levantamento feito a partir de dados do Disque 100 e da plataforma do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), o número de denúncias de violência e de maus tratos contra os idosos cresceu 59% no Brasil de março a junho de 2021, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Por incrível que pareça, boa parte das violências contra idosos são cometidas pelos próprios cuidadores. Um estudo mostrou que mais de 30% dos cuidadores apresentaram indícios de abuso no Brasil, e uma pesquisa constatou que entre 1 e 2 milhões de estadunidenses com 65 anos ou mais sofrem abusos e negligência desse mesmo grupo em seu país.
Por isso, livros como Cuidador De Idosos, de Eliana Elvira Pierre Lima, e Cuidador De Crianças E De Idosos, da Editora Senac São Paulo, têm se debruçado sobre o assunto. As obras apresentam as principais responsabilidades do profissional cuidador de idosos, além de refletir sobre temas como convívio familiar, direitos e deveres, saúde e beleza, espiritualidade e finitude da vida.
Buobooks indica:
Cuidador De Idosos – Eliana Elvira Pierre Lima
Cuidador De Crianças E De Idosos – Editora Senac São Paulo
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