Escravidão: 7 livros para um futuro mais justo

O Brasil foi o maior território escravista do hemisfério ocidental por quase 350 anos – recebeu cerca de 5 milhões de escravos, 40% do total embarcado da África para América – e a última nação a abolir o tráfico negreiro e a escravidão. Mas, como escreve Laurentino Gomes no fundamental Escravidão – Volume 1, “a escravidão e seu legado não estão confinados aos museus, livros didáticos e de história, como se fossem encerrados, tombados ou congelados no passado. São, em vez disso, parte de uma agenda cada vez mais urgente e decisiva na realidade brasileira e mundial de hoje.” Por isso reunimos aqui sete livros fundamentais sobre a escravidão no Brasil, disponíveis com frete grátis para mais de 100 países pela Buobooks.

1. O Abolicionismo, de Joaquim Nabuco (1883)

Muito à frente de seu tempo, Joaquim Nabuco (1849-1910) faz uma defesa clara e apaixonada da equidade racial, descrevendo como, em suas próprias palavras, “o nosso caráter, o nosso temperamento, a nossa organização toda, física, intelectual e moral, acha-se terrivelmente afetada pelas influências com que a escravidão passou trezentos anos a permear a sociedade brasileira”.

2. Navios Negreiros, de Castro Alves e Heinrich Heine (Edições SM)

Incrível reunião entre uma das mais importantes obras da poesia brasileira, Navio Negreiro (1869), de Castro Alves, e o poema homônimo (publicado 15 anos antes) de Heinrich Heine, escritor romântico alemão, acompanhada de uma análise comparativa das diferentes visões sobre a escravidão: o apelo moral e humanitário do baiano versus a sátira dolorosa do europeu tido como “o último romântico”. Dois países, dois poetas, uma só dor.

3. Las Casas e Zumbi, de Carlos Josaphat (Edições Loyola)

Um livro que esmiúça as trajetórias de personagens históricos pioneiros: Zumbi dos Palmares (1655-1695), líder quilombola brasileiro, e Bartolomeu de Las Casas (1484-1566), frade dominicano espanhol que atuou na defesa dos povos indígenas. Nas palavras do autor, são “dois guias na interpretação da história. Ousam revirá-la, batendo-se contra o colonialismo e contra os usurpadores dos bens e dos direitos de índios e negros.”

4. Luiza Mahin, de Armando Avena (Geração Editorial)

A história de uma guerreira contra a escravidão que segue inspirando até hoje. Luiza Mahin é um símbolo da emancipação das mulheres e traz a força das dezenas de negras escravizadas que morreram lutando pela liberdade. O livro de Armando Avena recria a trajetória dessa personagem, mulher e negra, que foi apagada da história oficial.

5. Escravidão – Volume 1, de Laurentino Gomes (Globo Livros)

Um dos livros mais vendidos e aclamados lançados no Brasil em 2019 marca o início da nova trilogia do jornalista e escritor Laurentino Gomes – uma monumental e reveladora reportagem histórica sobre a escravidão no Brasil. É o resultado de seis anos de pesquisas por 12 países e três continentes. Do primeiro leilão de escravos africanos em Portugal à morte de Zumbi, o volume narra os primeiros 250 anos de uma história de dor que deixa marcas profundas até hoje.

6. Imagens da Diáspora (Solisluna Editora)

A artista plástica baiana, que combina em seu trabalho as tradições afro-brasileira, indígena e barroca, resgata com seu traço inconfundível a herança – arte, língua, religiosidade – trazida ao Brasil pelos milhões de africanos que, ao longo de 300 anos, foram retirados à força de suas terras e escravizados no Brasil. As imagens são acompanhadas de textos do historiador Gustavo Falcón.

7. Psicodrama e Relações Étnico-Raciais, organizado por Maria Célia Malaquias (Editora Ágora)

Diversos especialistas discutem questões como racismo, protagonismo negro, representatividade, ancestralidade e inclusão para refletir sobre a desigualdade racial no Brasil da escravidão aos dias de hoje.


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