Da palmilha dos sapatos aos smartphones usados durante cerca de 4,8 horas por dia, quase tudo que está na vida cotidiana tem ciência envolvida. Algumas invenções e tecnologias nem são mais percebidas pela universalidade e pela importância que adquiriram. É o caso da luz elétrica, que possibilita a nossa visão no escuro, e da geladeira, que permite o armazenamento de alimentos perecíveis durante mais tempo.

Voar sempre foi um dos sonhos do ser humano, e ele se tornou possível com a proeza alcançada pelo brasileiro Santos Dumont em 1905, quando o primeiro veículo levantou voo por conta própria. Poucos sabem, mas a máquina de escrever, a radiografia e o coração artificial são invenções de cientistas brasileiros. A primeira, por exemplo, foi resultado de  uma adaptação que o padre João Francisco de Azevedo fez de um piano de 24 teclas. 

A ciência e as revoluções industriais

Algumas descobertas se destacam por ter transformado o modo de produzir, de distribuir, de se comunicar e se relacionar. Elas criaram novos mercados, deram origem a outras invenções e se tornaram símbolos das revoluções industriais. É o caso do advento da máquina à vapor na indústria têxtil e locomotiva no século XVIII, que permitiu a manufaturação de produtos feitos até então exclusivamente de modo artesanal.

Hoje já se fala na quarta revolução industrial, a fusão das novas tecnologias e sua interação por meio dos domínios físicos, digitais e biológicos. É a hora da Internet das Coisas, a interdependência entre objetos e a conexão do universo físico com o digital, dos Cobots, os robôs que realizam tarefas monótonas na indústria, das realidades Virtual, Aumentada e Mista, que enriquecem a experiência visual, do Big Data e das impressões 3D e 4D. 

A ciência e o efeito de rede

Ao contrário do que se costuma imaginar, as descobertas científicas não acontecem quando uma maçã cai da árvore na cabeça de um sortudo. A ciência é sempre resultado de uma série de contribuições humanas, e portanto é colaborativa na sua essência. Ela se torna mais relevante de acordo com o crescimento da sua rede. Este é o chamado “efeito de rede”, quando o valor é proporcional ao número de pessoas que participam do processo. 

Ao contrário da lei da oferta e da demanda, o efeito de rede provoca o aumento do valor de um produto ou serviço quão mais ele é usado. O fax e o telefone são exemplos mais antigos, mas a Internet potencializou esse efeito e tornou-o mais visível. Assim, redes sociais como o TikTok contam não apenas com o crescimento no seu número de usuários, como também com um maior tempo de uso da plataforma. 

A literatura como meio de troca de conhecimento

Nesse sentido, a literatura contribui com o efeito de rede, pois serve como plataforma de documentação e troca de conhecimentos e saberes entre pessoas. Na verdade, a ciência se alimenta da literatura e vice-versa: a invenção da imprensa por Johann Gutenberg, no século XV, é um exemplo disso. Ela revolucionou o mundo ao possibilitar a circulação de ideias por meio da literatura em escala mundial. 

Além de se beneficiarem uma da outra, ciência e literatura são complementares. Enquanto a primeira geralmente se volta ao modo de fazer as coisas, a última amplia a visão de mundo e incentiva o pensamento crítico. Compreender o para quê e o porquê se inventa e desenvolve tecnologias é essencial para orientar o progresso da humanidade com valores sólidos e conduta ética.

Buobooks indica:

As Vidas E As Mortes De Frankenstein – Jeanette Rozsas

A História Da Ciência Para Quem Tem Pressa – Meredith Mac Ardle e Nicola Chalton

Os Simpsons E A Ciência – Paul Halpern

Admirável Mundo Novo – Aldous Leonard Huxley