A trajetória de algumas celebridades chama mais atenção, seja por sua personalidade, seja por suas conquistas, seja por sua obra. E os detalhes que ninguém sabe sobre sua vida às vezes não são conhecidos nem pelos familiares ou amigos mais íntimos. Ainda mais quando se trata da “ovelha negra da família”: só tem como descobrir os segredos mais íntimos de uma artista se ela decidir compartilhá-los. É o caso de Rita Lee.

Em Rita Lee – Uma Autobiografia, não são detalhados apenas a infância e a carreira artística da cantora, como a relação com a cadela Danny e a experiência na prisão em 1976, além do nascimento dos filhos. “Rita Lee cuidou de tudo. Escreveu, escolheu as fotos e criou as legendas e até decidiu a ordem das imagens, fez a capa, pensou na contracapa, nas orelhas”, conta Guilherme Samora, estudioso do legado cultural da artista. 

  • Renato Russo

Relatar com profundidade a vida do outro é um desafio maior para quem não faz parte do seu principal núcleo social. Por isso a dedicação ao estudo é uma etapa decisiva para uma boa e consistente biografia. É o caso do livro Renato Russo – O filho da revolução, escrito pelo jornalista Carlos Marcelo a partir de mais de cem entrevistas e pesquisas realizadas ao longo de nove anos sobre a vida de um dos maiores roqueiros brasileiros. 

Não por acaso, o autor foi consultor do roteiro do filme Somos tão jovens, de Antonio Carlos da Fontoura, também sobre a carreira de Renato Russo. A trajetória do artista tem como pano de fundo o contexto político do país em plena ditadura militar, o que dá ao livro um valor histórico para além da figura do cantor. Além disso, são apresentados fragmentos do seu processo criativo, como os manuscritos de “Tempo perdido” e “Eduardo & Mônica”. 

  • Cássia Eller

“Quem sabe eu ainda sou uma garotinha”: um dos trechos mais famosos das músicas interpretadas por Cássia Eller não foi escolhido por acaso como inspiração para o título de sua biografia. O livro de Ana Cláudia Landi e Eduardo Belo relata as traquinagens da cantora na infância e o início da sua carreira musical, além das relações com familiares e amigos e os grandes encontros com nomes importantes da música brasileira. 

Apenas uma garotinha – a história de Cássia Eller conta literalmente a trajetória da artista do início ao fim. O nascimento no Hospital Militar de Campo Grande e a reconstituição dos trágicos momentos finais de sua vida são alguns dos marcos do livro. Os autores estabelecem paralelos entre esses episódios e o contexto do país na época, como breves observações sobre a desigualdade social no acesso a serviços básicos. 

  • Raul Seixas

Um fã pode se tornar um ídolo: é o que ensina a história do Raulzito, um garoto de classe média de Salvador. A relevância alcançada na carreira artística é ainda mais surpreendente quando o leitor do livro do crítico musical Jotabê Medeiros descobre que um dos principais roqueiros brasileiros teve que “passar fome por dois anos na cidade maravilhosa” antes de conquistar o interesse das gravadoras e a admiração do grande público. 

“Basta ser sincero e desejar profundo” é um dos versos de Raul Seixas que melhor resume a sua personalidade. O crítico musical Jotabê Medeiros não fez diferente na criação da biografia do artista: as principais fases da vida de Raul são relatadas sem qualquer censura ou atenuação. Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida conta desde a experiência com as drogas e o alcoolismo aos bastidores da criação dos seus hits.

  • Pitty

Como a sua história seria contada se você só pudesse usar fotografias? A sabedoria popular diz que “uma imagem vale mais que mil palavras”. No caso de uma mulher baiana que se tornou ícone do rock brasileiro, essa experiência ganha contornos simbólicos únicos. Pitty – Cronografia: uma trajetória em fotos é uma biografia feita através de fotos e montada cronologicamente que propõe um passeio por todas as fases da cantora.

Além das experiências pessoais da vida de Priscila, como a infância com a família nas praias de Salvador, o livro mostra o início da sua trajetória musical nas bandas Inkoma, como vocalista, e Shes, como baterista. A carreira solo de Pitty e alguns de seus projetos artísticos ganham destaque na obra sob os olhares dos fotógrafos Caroline Bittencourt, Otavio Sousa, Rui Mendes, Sora Maia e Jorge Bispo.

Buobooks indica: 

Rita Lee – Uma Autobiografia – Rita Lee

É Impossível Esquecer O Que Vivi – Bruno Gouveia

Atum, O Gato Grato Faz Um Som – Thais Laham Morello

Manguebeat – Júlia Bezerra e Lucas Reginato