O Brasil é a maior nação espírita do planeta: são quatro milhões de discípulos e mais de 30 milhões de simpatizantes dos ensinamentos que ganharam o mundo a partir da segunda metade do século XIX, com a publicação de O livro dos espíritos, de Allan Kardec. E são brasileiros alguns dos melhores livros sobre essa doutrina voltada para o aperfeiçoamento moral da humanidade e fundada, nas palavras do próprio Kardec, “sobre a existência, as manifestações e o ensino dos espíritos”. Quatro deles estão agora disponíveis em todos os continentes pela Buobooks.

O pesquisador Luis Eduardo de Souza escreveu, em obras publicadas no Brasil pela Universo dos Livros, biografias das duas maiores personalidades da história do espiritismo: Kardec – O homem que desvendou os espíritos e O homem que falava com espíritos, sobre a vida de Chico Xavier.

O primeiro detalha a trajetória de Hippolyte Léon Denizard Rivail, que se tornaria conhecido como Allan Kardec (1804-1869). É um nome que, mais de 150 anos depois, segue reverenciado por todos aqueles que buscam respostas a questões intrínsecas à existência humana pelas explicações filosóficas trazidas pelos espíritos. O livro começa com a narrativa sobre as circunstâncias da morte de Kardec, seu retorno ao plano espiritual, para em seguida voltar 65 anos e lançar luz sobre a jornada e os escritos do codificador da doutrina espírita. É ainda pontuado por citações do médium francês, que se mantêm inspiradoras. “A vida espiritual é a vida normal do Espírito: é eterna. A vida corporal é transitória e passageira: não passa de um instante na eternidade.”

O espiritismo começou a se difundir no Brasil ainda na época do Império, mas foi se consolidar no século XX com o trabalho de Francisco de Paula Cândido, o famoso médium e filantropo mineiro Chico Xavier (1910-2002). No livro O homem que falava com espíritos, num texto leve e muito informativo, Luis Eduardo de Souza deixa claro que para compreender Chico Xavier é preciso conhecer sua vida, suas origens e sua enorme capacidade de amar ao próximo. De tão incrível, sua história pode muitas vezes, como afirma o próprio autor, parecer ficção. “Ele certamente veio de outro planeta. Apesar de se parecer conosco fisicamente, seus modos, hábitos e reações eram totalmente diferentes”, escreve.

Em dois livros complementares editados pela Sextante, Alexandre Caldini Neto compartilha o que aprendeu ao longo de mais de três décadas de estudo da filosofia espírita. A morte na visão do espiritismo traz reflexões sobre o que acontece no momento que nosso coração para de bater e além, enquanto A vida na visão do espiritismo aborda questões como o sentido da existência e o caminho para a revolução espiritual.

Ambos trazem lições para quem deseja lidar melhor com a partida das pessoas que amam, aceitar a própria mortalidade e compreender princípios-chave do espiritismo – reencarnação, evolução, família, livre-arbítrio e lei de ação e reação. Com delicadeza, o autor leva o leitor a refletir sobre si mesmo e sua relação com os outros.

“O espiritismo fascina porque aborda os principais questionamentos do homem, ou seja, os pequenos dilemas da vida. Temas filosóficos que nos tocam o coração e exigem de nossa inteligência. Ou, por vezes, que tocam nossa inteligência e exigem de nosso coração”, afirma Alexandre.