O início da interação do ser humano com a natureza data de 10.000 a.C. por meio do desenvolvimento da agricultura na região do Mediterrâneo e do surgimento das primeiras vilas do mundo para irrigação do cultivo. Quando se resgata essa história, se percebe como essa relação mudou até os dias de hoje.
Um dos fatores que permitem avaliar essa evolução é o aumento do impacto do homem sobre o planeta Terra. Enquanto em 2.000 a.C. o número de humanos no mundo era de 27 de milhões, hoje ele se multiplicou: são mais de 7 bilhões de habitantes. Não são apenas fatores quantitativos que influenciam, mas também os qualitativos.
Afinal, o estilo de vida adotado pela humanidade se transformou e a Revolução Industrial é um dos principais marcos dessa mudança. As fábricas estão entre os principais agentes geradores de poluentes, que provocam a abertura de buracos na camada de ozônio, a extinção de biomas, o derretimento de geleiras, entre outros fenômenos.
Por isso se desencadeiam conflitos socioambientais, motivados pela escassez de recursos naturais e pelas mudanças climáticas. Por exemplo, o Egito e o Sudão monopolizam o acesso às águas do rio Nilo por meio de um acordo desde 1959. Mas nos últimos anos, Etiópia, Quênia, Uganda, Tanzânia, Ruanda e Burundi exigiram a partilha igualitária.
A literatura como alerta para os riscos relacionados ao meio ambiente
A literatura não poderia deixar de espelhar as preocupações que surgiam em relação ao futuro da vida humana no planeta e a produção de conhecimento sobre o assunto. Como um meio de troca de saberes milenar, essa linguagem passou a servir para a conscientização e mobilização de pessoas em torno da preservação do meio ambiente.
Afinal, o estilo de vida adotado pelos seres humanos é o principal fator das mudanças climáticas, da perda de biodiversidade e extinção de espécies. Logo, cabe às próprias pessoas refletirem, debaterem e promoverem as mudanças de hábitos e tomarem as decisões necessárias. E a literatura é um canal essencial para esse movimento acontecer.
Como aliada da educação ambiental, a literatura pode contribuir para a formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres em relação ao outro e ao planeta como um todo. Quanto mais cedo o tema for introduzido na sua relevância, mais efeitos positivos poderá gerar. E diferentes gêneros literários podem explorá-lo e envolver o leitor.
Livros como Curupira, de Mauricio de Sousa, Descobrindo O Xingu, de Marco Antonio Hailer, e Cadê Os Bichos?, de Cris Eich, ampliam o repertório cultural e o conhecimento das crianças enquanto as entretêm. Conhecer a história de povos originários e desvendar o folclore junto à conscientização ambiental evidencia a responsabilidade social que deve estar incluída nesse processo.
A literatura como meio de troca de conhecimento sobre meio ambiente
Depois da oralidade, a literatura é a plataforma mais antiga de compartilhamento de saberes sobre os temas relacionados ao meio ambiente. Quantas descobertas e invenções incríveis para a preservação do meio ambiente não são noticiadas hoje, como o sistema para recolher o lixo nos oceanos criado pelo garoto de 19 anos Boyan Slat? Os livros são a plataforma na qual as soluções dos séculos passados foram documentadas.
O próprio gênero de ficção científica foi uma base de imaginação para incentivar cientistas a pesquisarem e desenvolverem novas tecnologias por todo o mundo. Nesse sentido, livros como As Viagens de Gulliver, Frankenstein, Admirável mundo novo e 1984 previram o futuro. Das duas luas na órbita de Marte à vigilância em massa, essas obras introduzem informações e tecnologias que parecem comuns nos dias de hoje.
Descobertas importantes sobre fontes de energia limpa, por exemplo, também foram registradas em livro. Uma delas é a possibilidade de gerar energia elétrica através do vento, testada pelo engenheiro escocês James Blyth publicada em 1887. Ele construiu uma turbina com pás de tecido no jardim e aproveitou a eletricidade produzida para carregar acumuladores de iluminação da sua casa.
Desde hábitos pessoais, como o consumo de Alimentos Orgânicos, até o sistema econômico e político e debates sobre Crédito De Carbono E Sustentabilidade, a troca de conhecimento é essencial para encontrar soluções aos problemas ambientais. E a literatura tem sido há séculos uma plataforma essencial para esse processo.
Buobooks indica:
Curupira – Mauricio de Sousa
Descobrindo O Xingu – Marco Antonio Hailer
Cadê Os Bichos? – Cris Eich
Alimentos Orgânicos – Elaine de Azevedo
Crédito De Carbono E Sustentabilidade – Antonio Lombardi