Órfã de pai e mãe, a menina Cecilia foi criada pela avó. Inteligente e sensível, passava horas deitada no tapete, olhando as figuras e imaginando cenários nos veios da madeira do assoalho. E assim ouvia música, criava histórias e escrevia poemas. Virou poeta.

Na casa modesta dos pais de Heitor, a música estava sempre presente. Quase todos os dias, até tarde da noite, um grupo de amigos do senhor Raul se reunia para tocar e criar. Heitor sempre ficava por perto, na maioria das vezes escondido no vão da escada que levava para os quartos. Seu apelido? Tuhu, pois gostava de imitar os sons que ouvia, e com essas letras Heitor imitava o barulho do trem. Tudo era uma nota musical para o jovem Tuhu. Pois Heitor virou um dos gênios de nossa música.

Anita também tinha um apelido: Babynha. Pois ela, por causa de um defeito físico na mão direita, aprendeu a usar a mão esquerda para desenhar e escrever. Para driblar a dificuldade, Babynha praticava caligrafia e enxergava as letras como se fossem desenhos, como “uma bolinha de nozinho, uma bolinha com um rabinho”, segundo dizia. Enquanto rabiscava, ela pensava: “Será que tenho algum talento?”. Tinha, e muito. Virou uma das mais importantes pintoras brasileiras.

Filho e neto de músicos, o alemão Ludwig começou a estudar cravo, violino e viola com apenas cinco anos de idade, sob a orientação rígida do seu pai. Aos sete anos, já participava de um recital. Aos 11 compôs suas primeiras peças. Aos 16, foi para Viena estudar com Mozart. Na infância, a bem da verdade, era um aluno com poucas notas boas na escola. Mas quando a aula era de música… Virou um dos maiores compositores de todos os tempos.

Cecilia Meireles, Heitor Villa-Lobos, Anita Malfatti e Ludwig van Beethoven têm duas coisas em comum: primeiro, foram artistas geniais nas suas especialidades e no seu tempo (na poesia, na pintura e na música clássica); segundo, fazem parte da mesma coleção, batizada Crianças Famosas, que há mais de 20 anos vem fazendo sucesso no mercado editorial. Foram editadas no Brasil pela Callis.

Os livros da coleção contam episódios da infância dos maiores músicos, pintores, inventores e escritores da história universal – e do Brasil. Mostram sua genialidade revelada precocemente e, mais importante do que tudo, apresentam esses nomes geniais ao público infantil, a partir dos 7 anos de idade.

Aproximar crianças da arte não é tarefa fácil. Mas a coleção cumpre a missão com beleza, eficiência e leveza, ao juntar texto ágil com ilustrações de bom gosto. Cativaram e continuam cativando milhares de leitores no Brasil e no mundo. Agora estão disponíveis também para os brasileiros que vivem mundo afora através da Buobooks.

Beethoven, Michelangelo, Picasso e Chopin se juntam a nomes nacionais, como Villa-Lobos, Jorge Amado, Volpi, Santos Dumont e Chiquinha Gonzaga. Encontros imperdíveis – e criativos, lúdicos e divertidos – dos jovens leitores com o mundo da arte.