A Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas e O Pequeno Polegar. Pelo menos um desses contos de fadas é conhecido pela grande maioria das pessoas que habitam o mundo no século XXI. Mas poucos sabem que essas histórias surgiram ao final do século XVII, na França, com o escritor francês Charles Perrault. O poeta se inspirou nas narrativas folclóricas dos camponeses e retirou as passagens consideradas imorais.

Até o século XVII, as crianças conviviam igualmente com os adultos, não havia um mundo infantil, diferente e separado, ou uma visão especial da infância. Não se escrevia, portanto, para as crianças. Essa diferenciação só acontece na Idade Moderna, a partir da emergência de uma nova noção de família centrada em um núcleo unicelular preocupado em manter sua privacidade. Assim, as crianças passam a receber uma educação diferenciada.

Como principais produtos materiais da literatura na época, os livros infantis acabam por espelhar essas transformações sociais. A literatura infantil se desenvolve a partir do século XVII, em geral com histórias de estrutura maniqueísta, para demarcar o bem a ser aprendido e o mal a ser desprezado. A maioria dos contos de fadas, fábulas e até mesmo obras contemporâneas seguem essa forma. 

A literatura infantil no Brasil

As obras pedagógicas são as precursoras da literatura infantil no Brasil, junto às histórias adaptadas de produções portuguesas, como demonstração da dependência em relação à metrópole. Ela é marcada pelo livro “O Patinho Feio”, do escritor Hans Christian Andersen. Ainda no século XX, surge um dos maiores nomes da literatura infantil brasileira, Monteiro Lobato, com o seu primeiro livro “Narizinho Arrebitado”.

Apesar dos livros infantis brasileiros serem produzidos desde essa época, só adquiriram importância comercial há algumas décadas. Em 1970, a literatura infantil é redescoberta e escolhida como fator importante ao desenvolvimento intelectual e cultural da criança no país. É nessa década que o Instituto Nacional do Livro começa a coeditar, através de convênios, um expressivo número de obras infantis e juvenis.

A obra do autor Maurício de Sousa é um dos fatores que contribuíram com a alavancagem da literatura infantil no Brasil. Sua trajetória estreia para o grande público em 1959, quando uma de suas histórias é publicada em um jornal. A partir das aventuras de Bidu e seu dono Franjinha, Maurício dá origem a inúmeras esferas de personagens, entre os quais a Turma da Mônica. Hoje, a famosa série de quadrinhos é premiada mundialmente

A importância comercial dos livros infantis

Desde a emergência da sociedade de consumo, os livros infantis são produzidos a partir de medidas do mercado editorial e destinados ao consumidor médio. Hoje, a maioria deles é considerado literatura de massa. Afinal, o objetivo principal do mercado editorial, assim como qualquer mercado, é ter lucratividade. Para isso, os produtores de livros infantis contam com o estímulo ao consumo e o aumento das vendas dos livros infantis.

A simbiose entre a literatura e a cultura de massa não afeta apenas os sistemas de produção e circulação dos livros, como também demanda maior regularidade de lançamentos, repetição de temas e proliferação de séries que atuam em horizontes de expectativas similares dos leitores. Apesar do mercado editorial enfrentar uma crise há sete anos, a literatura infantil lidera a lista de obras produzidas no Brasil segundo pesquisa.

As principais tendências para os livros infantis

Não é de hoje que os livros infantis ilustrados fazem sucesso com as crianças. Diversas pesquisas atestam a preferência desse público pelas obras coloridas, em detrimento das que são impressas em preto e branco. 

Além das cores, elas também gostam das obras com as quais podem interagir. Os livros infantis interativos são excelentes para estimular a criatividade das crianças. Alguns dão liberdade a elas para que escrevam parte da história, outros enriquecem a interpretação de texto ao complementar o texto com sons. 

A literatura também pode ajudar a caminhar e pensar. Os livros infantis sensoriais têm objetivo de desenvolver a coordenação motora e a cognição e estimular os sentidos de bebês e crianças pequenas. Em geral, são feitos de pano ou feltro, com peças ou objetos para encaixe. 

Buobooks indica:

Coleção Um Tema Só – Mônica: Aniversários – Mauricio de Sousa

Cumarim, A Pimenta Do Reino – Rosane Almeida

Atum, O Gato Grato Cai No Mundo – Thais Laham Morello

Sinto O Que Sinto – Lázaro Ramos