A literatura mundial está repleta de personagens femininas inesquecíveis. Das vilãs às heroínas, seja nas histórias clássicas ou contemporâneas, elas se tornaram ícones graças às suas personalidades corajosas e cativantes. Por isso, para encerrar este mês dedicado às mulheres, elaboramos uma lista com nove títulos disponíveis na Buobooks, nos quais elas são protagonistas absolutas.

Entre os clássicos brasileiros, Maria Capitolina Santiago, a Capitu, é o ponto central da narrativa de Dom Casmurro, de Machado de Assis. À frente de seu tempo, ela personificou valores nada nobres na época da publicação do livro (1899), como o adultério e a exploração da sensualidade feminina. Seus olhos de ressaca avassaladores engoliram Bentinho em uma história de amor marcada pela desconfiança e a possessividade.

Lançado mais de duas décadas antes, em 1876, Helena é mais um clássico de Machado que tem uma protagonista feminina marcante. O livro pertence à fase romântica do autor e se destaca pelas críticas aos costumes sociais do século 19. Na história, que aborda o drama do incesto, a personagem de origem humilde é reconhecida em testamento como filha e herdeira de um homem da elite carioca do Segundo Império, e vai viver na mansão da família. Apesar do temperamento doce, ela não hesita em alimentar os sentimentos amorosos de Estácio, seu meio-irmão, mesmo sabendo do parentesco entre eles.

Outro romance que se tornou um marco na literatura brasileira, Iracema, de José de Alencar, constrói uma narrativa que remonta à fundação do povo brasileiro. A índia dos lábios de mel é a típica heroína romântica que se apaixona pelo português Martim. Apesar de seu papel central na tribo – Iracema é a virgem consagrada a Tupã – os dois se envolvem, a índia quebra seu voto de castidade. A punição é uma condenação à morte. Mais adiante, ela acaba morrendo de outra forma, selando o triste fim deste amor.

No rol das figuras femininas contemporâneas, a menina dentuça mais famosa do Brasil ganhou um lugar especial no coração dos leitores. Com seu temperamento forte e independente, a corajosa Mônica não tem medo de ninguém, luta pelo que acha certo e, ao seu modo, se tornou uma defensora da igualdade de gênero. Todo mundo que cresceu com as HQs de Mauricio de Sousa perdeu a conta de quantas vezes viu a garotinha brigando para provar que as meninas eram tão capazes quanto os meninos em suas histórias.

Se Mônica chama atenção pela personalidade destemida, a musa teen da ficção Lara Jean, descendente de coreanos, se tornou a representante das muitas garotas tímidas que morrem de vergonha de revelar seus sentimentos para os garotos. Leitora ávida, ela escreve cartas para os meninos por quem se apaixona, mas nunca as envia. A trilogia, que começa com o livro Para todos os garotos que já amei, é um best-seller mundial.

E o que dizer da sofrida Offred, de O conto da aia, da sonhadora Anne de Green Gables, da Alice de Lewis Carroll (aqui, em livre versão adaptada) e de Maria Madalena? Junto com Capitu, Helena, Iracema, Mônica e Lara Jean, elas também se tornaram campeãs de audiência em séries de TV e filmes, atestando a força de suas trajetórias, que viraram fonte de inspiração para as mulheres da vida real de todas as épocas, no mundo inteiro.