Dia internacional da Alfabetização

Os desafios e as oportunidades da alfabetização

Há cerca de 3.700 anos, a primeira obra de literatura estava sendo esculpida em tábuas de argila localizadas por arqueólogos em uma escavação que ocorreu no século XIX, na região onde ficava a antiga cidade assíria de Nínive e que hoje corresponde ao sul do Iraque. A Epopéia Babilônica de Gilgamesh é um antigo poema épico mesopotâmico que conta a história da busca do rei de Uruk pela imortalidade.

Pesquisadores do British Museum, que abriga algumas das doze tábuas, afirmam que é provável que apenas a elite babilônica pudesse ler o poema na época em que ele foi criado. O trabalho de tradução da obra foi realizado por Henry Rawlinson e George Smith na segunda metade do século XIX. Quase quatro mil anos depois da criação do poema, o autor desconhecido tem um público muito mais amplo de leitores da sua obra.

A boa notícia é que, entre os jovens de todo o mundo com idade entre 15 e 24 anos, 91% são alfabetizados, segundo pesquisadores da UNESCO. Portanto, cinquenta anos após o primeiro Dia Internacional da Alfabetização, parece que há muito o que comemorar. Muito desse progresso pode ser atribuído à educação obrigatória e à democratização do acesso a escolas em países em desenvolvimento. Mas ainda há um trabalho considerável a ser feito.

De acordo com a organização, a pandemia de Covid-19 dificultou a escolarização e afetou cerca de 60% dos mais de 1 bilhão de estudantes. Os números da UNESCO mostram ainda que há 773 milhões de adultos analfabetos por todo o mundo, e que dois terços deles são mulheres. Na África Subsaariana, apenas 65% das mulheres jovens sabem ler. De fato, romper a ligação entre pobreza e analfabetismo ainda é um grande desafio.

Quais são os países mais alfabetizados do mundo?

Um novo sistema de classificação desenvolvido por pesquisadores da Central Connecticut State University identificou o que se considera as nações mais alfabetizadas do mundo. Os países são avaliados pela qualidade da educação, mas também pelos ‘comportamentos literários’, que incluem a posse de computadores, a oferta e o uso de bibliotecas e os hábitos de leitura das pessoas.

As dez nações mais alfabetizadas do mundo:

  1. Finlândia
  2. Noruega
  3. Islândia
  4. Dinamarca
  5. Suécia
  6. Suíça
  7. Estados Unidos
  8. Alemanha
  9. Letônia
  10. Holanda

No final da classificação de 61 países está Botswana, no sul da África, que supera 20 outros países nas pontuações de educação, mas que tem hábitos de leitura prejudicados pelo baixo número de pessoas com computadores e que lêem jornais. Livros e novas plataformas de leitura são essenciais para a alfabetização e devem ser inseridos preferencialmente desde cedo no cotidiano das crianças. 

Ampliar o vocabulário, trabalhar sentimentos e alfabetizar são alguns dos objetivos geralmente ligados à literatura na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Para além desses objetivos, a leitura na infância tem um papel muito mais amplo: faz com que a criança se coloque em diferentes papéis e aprenda desde cedo, a apreciar a arte e se inspire a partir de referências culturais.


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