Quando falamos sobre bilinguismo, podemos pensar em situações, como: quando passamos nossa língua para nossos filhos, como o caso do Português como Língua de Herança, ou, então sobre uma língua adicional – acontece quando falamos outro idioma, que não é nosso nativo, e decidimos transmiti-lo para nossos filhos. Porém, o bi/multilinguismo é muito mais do que isso. E nessa semana da cultura indígena, eu, Louise Machado, vim relembrar um pouquinho sobre isso!
Falar um outro idioma tem a ver com nossa história, com a forma como nos vemos e vemos o mundo, sobre a nossa cultura, conexão com quem somos, é nossa forma de expressão… Enfim, falar uma outra língua vai muito além de simplesmente falar outra língua. Mas, afinal, o que é um idioma? Muitas vezes consideramos um idioma apenas como uma língua geralmente aquelas de prestígio, inglês, alemão, espanhol, italiano, português, francês, mandarim, japonês, etc. Mas, quando isso acontece, desconsideramos milhares (sim, milhares!) de possibilidades, dialetos, variações e variedades linguísticas, enfim, muito além do que podemos pensar.
No mundo, atualmente, são mais de 7 mil línguas vivas – faladas, ensinadas e transmitidas – é muita gente, muito multilinguismo, não é mesmo? Dessas línguas, existem dialetos que, somados a outros idiomas, tornam-se bilinguismo. Como eu falei no início desse artigo, muitas vezes podemos enxergar o bilinguismo apenas a partir de línguas de prestígio, sendo que, não é bem assim! O bilinguismo nada mais é do que se comunicar em outro idioma. Sendo assim, é importante valorizarmos todas as formas de comunicação.
E por valorizar, digo não apenas aceitar a existência, mas sim, valorizar de verdade! Milhares de falantes de outras línguas passam pelo que chamamos de violência linguística. Ela acontece quando uma determinada comunidade linguística não aceita aquele idioma, fazendo com que este falante se sinta obrigado a deixar seu idioma de lado, sente-se podado, não pertencente àquele local. E isso pode acontecer com línguas propriamente ditas e dialetos, como o caso de uma amiga que tenho em que seus pais – poloneses no Brasil – sofriam muito por falarem polonês, o que acabou por se sentirem obrigados a não o passar aos filhos e deixarem claro para não utilizarem essa língua! Um outro caso, é de uma diretora de escola, Dalila Luiz, que disse o seguinte:
“Acredito que os indígenas deixaram de falar a língua materna por causa da discriminação; Muitos pais obrigam os filhos a falar apenas português, dizendo que é uma língua bonita (…)”
Por isso, hoje quis trazer esse assunto à tona para repensarmos e avaliarmos como pensamos as línguas.
Quero muito saber o que vocês pensam, deixem aqui nos comentários suas opiniões sobre o assunto