Pela memória de Antoine de Saint-Exupéry: o castelo do Pequeno Príncipe será restaurado

Deu no Le Monde: a casa onde o escritor Antoine de Saint-Exupéry passou sua infância, no comecinho do século 20, será restaurada para preservar melhor a memória do autor de um dos maiores clássicos da literatura universal, O Pequeno Príncipe.

“Casa” é modo de dizer: Antoine de Saint-Exupéry ocupou, na verdade, um castelo, o Castelo de Saint-Maurice-de-Rémens, ao lado de seus dois irmãos e de sua mãe, Marie de Fonscolombe Exupéry (seu pai, o conde Saint-Exupéry, morreu quando ele tinha apenas 4 anos de idade).

O castelo fica numa pequena vila chamada Ain, e na área vivem não mais do que 800 pessoas. Segundo o jornal francês, o imóvel, localizado a 40 quilômetros da cidade de Lyon, há muito tempo foi negligenciado. A deterioração é evidente. Com as contas pessoais abaladas, a mãe o vendeu em 1932 para a Prefeitura de Saint-Maurice-de-Rémens. Em fevereiro deste ano, autoridades da região de Auvergne-Rhône-Alpe o compraram e decidiram, enfim, restaurar sua memória – a do castelo e do escritor.

O castelo, quase em ruínas, “parece mais um quartel deserto do que uma mansão do século 18”, descreveu a reportagem do Le Monde. A ferrugem se sobressai na fachada imponente. Entre dois andares, um banner aparece pendurado, com uma face sobreposta de um céu estrelado – referência à capa do clássico – e uma inscrição que parece irônica: “O castelo do Pequeno Príncipe”.

Mas o fato é que ali ficava o paraíso de Antoine de Saint-Exupéry. Ele passou longas férias por lá e, segundo o próprio deixou registrado em sua correspondência, viveu os melhores momentos de sua infância – e alguns dramas também. Um ambiente que, também de acordo com seus registros, marcou seu trabalho.

O Le Monde destacou o que, no fundo, é uma triste surpresa para os franceses. Afinal, o autor é venerado em todo o mundo – da Coreia do Sul a Buenos Aires, do Marrocos aos EUA, do Brasil, claro, ao Japão – onde tem direito a um museu e um parque que reproduz a fachada do castelo.

Ou seja, enquanto a morada do autor francês envelheceu mal, sua clássica fábula infanto-juvenil continua um sucesso. Antoine de Saint-Exupéry é o autor da França mais lido do mundo e seu Pequeno Príncipe foi traduzido para quase 300 idiomas. É tida como a terceira obra mais traduzida na história – perde para a Bíblia e O Peregrino, de Jhon Bunyan.

Efeito direto das lições deixadas pela parábola. O rosário de frases repetidas mundo afora é extenso. Exemplos? Aqui vão alguns:

“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante.”

 “Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz.”

 “As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes.”

 “É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou.”

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

O Pequeno Príncipe, não poderia deixar de ser, é também um sucesso de vendas na Buobooks.


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