A bicharada tem muito a ensinar: sete livros infantis com animais

A literatura infantil é uma grande e variada selva – no melhor dos sentidos, claro. Contos com animais vêm encantando crianças e adultos há milênios. As fábulas, protagonizadas por bichos falantes, tão parecidos com a gente, ganharam o mundo a partir do século XVII, com o trabalho do francês Jean de La Fontaine (1621-1695), mas sua origem como gênero literário remonta à Grécia antiga. Foi Esposo (620 a.C. – 540 a.C.) o primeiro a botar essas narrativas no papel. Suas inspirações, no entanto, vinham de mais longe ainda: os provérbios sumérios, produzidos desde cerca de 1500 a.C., serviram como base de tudo o que veio depois.

Desde então, dos Irmãos Grimm a Monteiro Lobato e Walt Disney, de Os três porquinhos a O rei leão, para não falar dos grandes superstars pré-históricos e mitológicos (dinossauros e dragões são ícones pop), a bicharada corre solta em qualquer tipo de história dedicada à criançada. E, em suas melhores manifestações, eles trazem muitos ensinamentos aos pequenos (e também a alguns grandalhões) sobre a vida neste mundo humano, demasiado humano.

Numa tradição tão antiga, muita gente pode pensar que não existe mais nada a ser inventado nesse tipo de literatura infantil – mas a verdade é que histórias incríveis e encantadoras repletas bichinhos e bichões seguem sendo criadas por escritores muito talentosos em todos os cantos do mundo. Por isso fizemos uma seleção de excelentes livrinhos de autores contemporâneos que, em edições em português, estão agora disponíveis a leitores de mais de 100 países pela Buobooks.

Os gatos, onipresentes na literatura infantil, surgem renovados em Os dez gatinhos (Estrela Cultural), escrito por Sandra Pina e ilustrado por Anielizabeth. Passarinhos não ficam de fora: A lenda do Sabiá-Pererê (Chiado Kids), de Wander Lourenço, com ilustrações de Filipe Ferreira e Sofia Ambrósio, combina fauna e folclore. Voltamos ao mundo dos patos, que amamos desde que o dinamarquês Hans Christian Andersen nos apresentou a O patinho feio, há quase 200 anos, pelas as aventuras de Belo, o patinho amarelo (Estrela Cultural), com texto de Selma Maria e desenhos que Nina Anderson. E, sempre protagonistas de peso, os hipopótamos mostram ao que vieram em Hipo pode nadar (Girafinha), do argentino Pablo Bernasconi.

E não dissemos que os dragões eram um fenômeno? Talvez uma das primeiras manifestações míticas e culturais da humanidade, essas criaturas estão à frente de três obras modernas e diversas: A menina, o dragão e a bailarina (Chiado Kids), de Paula V. Araújo, com ilustrações de Filipe Pessoa de Andrade, Drãozinho (Geração Kids), escrito por Maria Elisa Alvez e ilustrado por Yasmin Mundacca, e Cecília e do dragão (Callis), do americano Lawrence Schimel (arte de Eliana Brasilina).

A bicharada ainda tem muito a ensinar!


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